sexta-feira, 22 de maio de 2009

Informática Educacional



MEDO

Modelo de Exclusão Digital por Opção


Será que professores fazem essa opção?
Se fazem como lidar com isso?
O ritmo da mudança é estonteante. Nos próximos três anos, a humanidade vaiproduzir mais informações do que toda a quantidade produzida até agora, é oque informa um estudo especialmente produzido pela Universidade de Berkeley.A escola está preparada para preparar seus alunos para lidar com este oceanode dados?
O outro lado desta fantástica realidade é a percepção clara do aumentocontínuo da exclusão digital. Incluir os excluídos é um desafio e tanto.
Neste cenário, há um fenômeno que intriga: o de pessoas e profissionais que,tendo todos os recursos tecnológicos à disposição, se recusam a utilizá-los.Tal fenômeno, que eu chamaria de MEDO - Modelo de Exclusão Digital porOpção - ocorre em várias áreas, tanto aqui como no exterior.
Na área educacional o fenômeno MEDO se manifesta com freqüência e nos leva a uma reflexão, que jogo no ar: no caso de profissionais que são responsáveis pelaformação de gerações de futuros trabalhadores que só terão chances se forem"Knowledge workers" - trabalhadores do conhecimento - será um direito optarpor continuar usando apenas os seculares recursos da palavra e do giz?
Na medida em que esta opção pelo conservadorismo pode afetarirremediavelmente a empregabilidade de uma infinidade de pessoas, será justoque o direito individual (inquestionável enquanto pessoa e questionávelenquanto profissional) se sobreponha aos interesses coletivos?
Ao lado de procurar prover a escola dos recursos tecnológicos necessários ede procurar por todos os meios estimular os professores a usá-los, cabe àliderança, a meu ver, colocar esta questão, principalmente para aqueles maisresistentes. Estes, além de estarem colocando em risco sua própria sobrevivênciaprofissional - isto é um direito - colocam em risco a sobrevivênciaprofissional de seus alunos, a sobrevivência da escola em que trabalham e -por extensão - a dos próprios colegas - e isto não me parece direito. Achomesmo que aqueles que não gostariam de atualizar-se tecnologicamente nãopodem furtar-se de fazê-lo, por dever de ofício (basta imaginar um médicoque se recusa a solicitar e analisar um exame de ressonância magnética porsentir-se mais confortável pedindo ao paciente que diga "trinta e três").
Preparar os professores e motivá-los a integrar a tecnologia em sua práticaacadêmica: este é o desafio que, vencido, nos afastará da síndrome da TBelíndia Digital: nações e pessoas hábeis no uso das tecnologias dainformação concentrando o poder, em detrimento dos milhões de "indigentestecnológicos".